terça-feira, dezembro 26, 2006

Acreditar


Há muitos, muitos anos, havia um homem, pai de três raparigas, atormentado com o facto de não poder casar as filhas, por não ter dinheiro para lhes dar um dote.

Um dia, S. Nicolau de Myra, ouviu a historia do triste destino das raparigas. Decidido a ajudar, mas estando certo que o pai das mesmas jamais aceitaria, S. Nicolau, nessa noite, entrou pela chaminé e deixou três sacos de moedas de ouro. Saquinhos esses, que cairam nas meias que as raparigas haviam estado a lavar e deixado a secar penduradas na chaminé. Na manhã seguinte, ao acordarem, constataram que já tinham dote e podiam casar.

Hoje, S. Nicolau, conhecido como Pai Natal, é associado à ideia de um homem velhinho, gorducho, de faces rosadas, com uma enorme barba branca, que veste um fato vermelho, conduz um trenó puxado por oito renas que conseguem voar mesmo não tendo asas, visita todas as casas, desce pela chaminé e deixa presentes .

Deste modo, a fama da generosidade, da solidariedade, da partilha incondicional, do Pai Natal, que vive na Finlândia, mais precisamente na Lapónia, num lugar chamado Korvanturi, uma montanha em forma de orelha, que lhe permite ouvir os desejos das crianças, espalhou-se por todo Mundo.

Por isso, há que pessoas que acreditam nos Astros. Há quem acredite em Deus. Há aqueles que acreditam no seu clube de futebol. Há ainda os que vivem com a convicção que, se numa 6 feira dessas, lhes saisse o Euromilhões não precisam de acreditar em nada disto.

Eu acredito no Pai Natal. E vocês?

Desejos de um Feliz Natal!!

Ana Carlos

21 de Dezembro de 2006

domingo, dezembro 03, 2006

Martin Luther King


“Eu Tenho um Sonho...”

…… Que um dia seja possível que os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos donos de escravos possam sentar-se lado a lado na mesa da fraternidade”.

Assinalam-se 43 anos da Marcha sobre Washington, que no dia 28 de Agosto de 1963, reuniu junto ao memorial ao presidente Abraham Lincoln cerca de 250 mil manifestantes contra a segregação racial, tendo como líder Martin Luther King cujo discurso marcou um ponto de viragem na história da luta pelos direitos cívicos.

Martin Luther King nascido em Atlanta (a porta de entrada do Sul) no seio de uma família religiosa (o seu pai era pregador assim como o seu avô e bisavô), cedo despontou para as causas sociais, e nomeadamente para a luta contra a discriminação racial a que a comunidade negra era votada.

Após a conclusão dos seus estudos abraçou a causa ministerial, e tornou-se pastor da Igreja Baptista em Montgomery, local onde mais tarde surgiria o movimento designado de MIA (Montgomery Improvement Association – Associação de Melhoramento de Montgomery). Foi precisamente nesta pequena cidade que se iniciou o movimento de protesto conhecido como o boicote aos autocarros públicos, fruto da prisão da Sra. Parks que se recusara a sair do seu lugar para dar lugar a um passageiro branco que acabara de apanhar o autocarro.

Este facto despoletaria um conjunto reacções não violentas por parte da comunidade negra, que com um punhado de soluções engenhosas (recurso a um bem planeado sistema de transportes, primeiro com o recurso a táxis, depois com o uso de veículos particulares) conseguiu levar por diante o protesto, com o Supremo Tribunal dos Estados Unidos a decretar inconstitucionais as leis de segregação nos autocarros.

Apesar das pressões e intimidações sofridas por Luther King e seus pares (com passagens por diversas prisões e atentados contra as suas vidas e as dos seus familiares), foi usada pela primeira vez em território americano a arma da revolta/resistência não violenta, anteriormente ensaiada por Mahatma Gandhi na Índia – “Gandhi era a luz que nos guiava no nosso propósito de transformação social pela via da não violência”.

A vitória ocorrida em Montgomery constituiu o ponto de partida para o alastrar da luta a outros locais onde a opressão e o desrespeito pelos direitos cívicos da comunidade negra eram evidentes, culminando com a grandiosa marcha sobre Washington, exigindo ao Congresso a promulgação de legislação consagrando a igualdade de direitos entre negros e brancos.

A atribuição do Prémio Nobel da Paz em 1964 constituiu o reconhecimento internacional do papel de um homem e da sua luta pelos direitos cívicos, dando visibilidade a um movimento que extravasara já para outras partes do globo (Gana, África do Sul, entre outros).

Antes do seu desaparecimento, vítima de assassinato em 4 de Abril de 1968, quando participava numa greve em Memphis, assistiu ainda à aprovação do - Voting Rigths Act - que concedeu direitos políticos aos negros do Sul.

Apesar da sua perda, o seu legado permanece vivo entre nós, e neste mundo conturbado em que vivemos e em que nos sentimos muitas vezes perdidos, também nós tenhamos a coragem de dizer “Eu tenho um Sonho…….“.

Filipe Almeida de Carvalho
Economista

sábado, novembro 25, 2006

Planeamento

A palavra planeamento diz-nos a todos algo, usamo-la indiscriminadamente, a sua aplicabilidade em todas as áreas e a sua flexibilidade permite-nos o seu uso frequente, sem que verdadeiramente saibamos o seu real significado.

Quando aqui me refiro a planeamento falo do nosso território, do ordenamento do espaço de que usufruímos e partilhamos diariamente, permitindo pensa-lo e dirigi-lo como entendermos tendo em conta variadíssimos factores.

Este instrumento de organização territorial define e deixa transparecer a nossa capacidade de pensar a longo prazo de prevenir e definir orientações para o futuro. Sem nos apercebermos deixamo-nos influenciar por cada espaço, por cada via, passeio ou edifício com que nos deparamos sentindo toda a energia positiva ou negativa de cada um.

A reflexão que devemos e precisamos fazer é se realmente entendemos de uma vez por todas o que é o planeamento e de que forma nos poderá influenciar, se devemos continuar numa alienação de responsabilidade de todos e deixar que os resultados continuem nas mãos dos outros que ninguém sabe muito bem quem são.

Será que nada podemos fazer? Será que não nos diz respeito?

Na realidade somos todos “planeamento” quando pensamos em erigir, em delimitar, cada decisão nossa marca para sempre o território, a sua evolução, os seus problemas e as suas benesses, fazemos parte integrante do território, do espaço, desde como o pensamos até como o utilizamos. Pois que, para além da sua estruturação cabe-nos também saber utilizar cada espaço e cada lugar da melhor forma possível, sem que entremos em conflito com o mesmo e resultando em conflito com nós próprios, influenciando e determinando cada acção nossa, a cada dia que passa.

Devemos saber antes de mais que cada espaço é como cada um de nós, feito à nossa imagem, com as nossas medidas e deve nascer planeado e orientado para nos servir e para o podermos desfrutar e não repudiar e maltratar.


Susana Hermenegildo

Arquitecta

quarta-feira, novembro 15, 2006

De Águeda para o Mundo . de novo on-line

Ideias Politicas:

Uma ideia sempre imaginável ...Um comentário sempre possivel... Uma visão sempre real...


Um blog.

Não mais do que isso.

Um espaço de ideias em construção. De intenções interessadas. De opiniões partilhadas.

Um blog de Águeda para o mundo, a partir do dia 15 de Novembro, no endereço www.ideiaspoliticas.blogspot.com

Vamos dar um rosto às nossas ideias.

Conto com todos,

Ana Carlos [coordenadora.ideias.politicas]

sexta-feira, setembro 08, 2006

Reconstruction


Caros leitores, o ideias politicas estará durante alguns dias a tratar da sua imagem.

Seremos breves, aguardem ...

terça-feira, junho 27, 2006

ENSINO, SUPERIOR ?

Portugal teve nas últimas décadas um dos mais notáveis processos de democratização da oferta do ensino superior, desde o 25 de Abril de 1974, ao surgimento do Ensino Superior Particular e Cooperativo em 1980, à adesão à então C.E.E. em 1986, e no grande aumento do número de cursos em 1992.

Este crescimento foi positivo, mas infelizmente desproporcional, existindo actualmente em Portugal um número excessivo de 1763 bacharelatos e licenciaturas.

Das 162 Instituições de Ensino Superior, 45 são públicas e 117 privadas, existindo aqui também uma clara assimetria.

Com taxas elevadas de abandono escolar, com um número muito baixo de licenciados, pior ainda, excessivo em áreas que o mercado de trabalho não consegue absorver, reduzido onde ele precisa mais.

Tudo isto devia levar este e qualquer Governo a repensar o modelo de ensino superior que quer para Portugal, fortalecendo as redes entre Universidades, Politécnicos, laboratórios de investigação e empresas, não esquecendo as Instituições Públicas, respeitando as novas directivas que a Declaração de Bolonha leva a implementar.

Mas, importa não esquecer que para 2006 as verbas não aumentaram, pelo contrário, existiu um corte real de cerca de 15 M€ !

Mas enganam-se aqueles que pensam que todos estes problemas se resolvem pedindo apenas mais verbas. Não.

O investimento disponível do Orçamento de Estado para o ensino superior não precisa de ser maior, precisa sim, é de ser melhor gerido e quem o gere tem de ser responsabilizado pela sua gestão.

Por outro lado, a Declaração de Bolonha é neste momento uma das peças fundamentais do Puzzle do Ensino Superior em Portugal.

Mas infelizmente Portugal continua com muitas carências, por exemplo, o parque escolar continua degradado, não existe manutenção preventiva, os equipamentos desportivos são demasiadamente escassos e nada atractivos, não existindo uma política de estratégia global, no que se refere a esta matéria.

Como podemos querer Desporto Universitário a sério se não temos meios para a prática desportiva? Não faz sentido. Onde está o acesso aos cuidados de saúde adequados ?

A investigação é praticamente nula, existem poucas condições e poucos apoios públicos para o efeito. Não podemos continuar a ter 300.000 empresas, mas apenas 18.000 investigadores. Precisamos de mais e melhor investigação.

O insucesso escolar é alarmante ! O abandono escolar atinge níveis preocupantes !

Neste momento existem cerca de 42.000 jovens licenciados no desemprego !

O nosso Concelho, como sabemos, tem cerca de 1899 desempregados ! Quantos serão jovens licenciados ?

Por outro lado, penso que a acção social devia assentar num modelo diferente, abrangendo o Ensino Público e o Ensino Particular e Cooperativo, para combater carências gravíssimas como a falta de cantinas e de residências académicas, que continuam a existir.

Não existem estímulos objectivos para o arrendamento jovem !

Só com estabilidade do corpo docente, publicação de rankings, com um Plano nacional de prevenção do abandono escolar eficaz, teremos condições para mudar o Ensino Superior em Portugal.

Ter a coragem política de regular o número de vagas pelas saídas no mercado de trabalho é fundamental.

O aumento da dedução à colecta em sede de IRS, rever todo o sistema de bolsas, são estímulos que os estudantes precisam !

Acredito desta forma na discriminação positiva do mérito.

Portugal não pode esperar mais tempo. A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda é um oásis neste panorama nacional, mas é sempre possível fazer mais e melhor, ter a ambição de melhorar sempre.

Carlos Franco, Águeda, 5 de Junho de 2006

quarta-feira, junho 21, 2006

Expliquem-me como se eu fosse uma criança de quatro anos...



... Para onde vai este país

Que os portugueses se embrulharam na bandeira com a esperança de que ela os proteja de todos os males – dos outros trinta e um países que estão no Mundial, talvez do sol, se possível do défice – tudo bem: cada um embrulha-se no que quer ou no que pode.

Que as televisões entraram em desvario já há alguns dias, parece evidente. Mas faltava a cereja em cima do bolo: ontem à noite, ao passar pela RTP1, ouvi a inconfundível voz do Prof. Marcelo e parei. Lá estava ele, algures na Alemanha, em mangas de camisa, sentado entre vários jornalistas. Interpelado por um deles, começou por se declarar «leigo no assunto», mas engatou imediatamente definindo tácticas de defesa e de ataque, sem pestanejar, com a mesma convicção e o mesmo tom assertivo com que aborda os (outros) problemas do país, nas suas conversas dominicais.

O que faz correr Marcelo? Interessa-me pouco.
Mas porque é que o serviço público de televisão mistura tudo? Porque é que usa um comentador político, um dos poucos portugueses para quem é sempre reservado o título de «Professor» (é verdade que também há o Prof. Freitas do Amaral e o Prof. Necas...), um Conselheiro de Estado, para comentar futebol? Aumentará muito as audiências? Será só isso?

Alguém me pode explicar se o problema é mais geral? Se estamos a assistir ao início de uma dança de cadeiras generalizada? Se a selecção portuguesa for longe no Mundial, Scolari substituirá Pacheco Pereira na «Quadratura do Círculo»? Cristiano Ronaldo será o sucessor natural (e urgente) de Alberto João Jardim? Irá Isaltino de Morais para o Tribunal de Contas para que Guilherme de Oliveira Martins possa fazer parte do elenco da nova série dos «Morangos com Açúcar»?

E já agora: alguém sabe se se passou alguma coisa em Timor nos últimos dois ou três dias? Será que Xanana, Alkatiri, Ramos Horta e os revoltosos estão todos juntos a ver o Mundial? E, outra vez, já agora: torcerão por Portugal ou pela Austrália?

Joana Vela

13 de Junho de 2006

terça-feira, maio 16, 2006

OPORTUNIDADE PERDIDA


Há algum tempo dizia que Águeda não podia esperar. Mas sempre disse também que era preciso dar tempo ao novo Executivo para começar de facto a operar a mudança que preconizava, mas nunca deixei de estar atento. Devo dizer que após esperar meio ano pelo Plano e Orçamento para 2006, ou seja, a estratégia que Águeda irá seguir seria certamente bem elaborada e ambiciosa. Não escondo agora o desalento.

Importa referir que muita dessa espera era de facto justificada pela necessidade de se aguardar os resultados da Auditoria Interna que iria fornecer dados importantes para a reorganização dos serviços, o que torna ainda mais estranho que se apresente uma proposta rápida e sem o debate que se lhe exigia, de integração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento na Câmara Municipal. Se esta integração resultar numa maior eficiência de serviços, na redução de custos, e optimização de recursos, parece-me uma opção muito positiva e importante para todos. Mas, não podemos esquecer que qualquer política deve antes de mais, ser explicada, e nesse aspecto não foi devidamente. Perdemos essa oportunidade. Não conseguimos perceber claramente onde surgem as mais valias, mas esperemos e estou certo que elas existam.

Por outro lado, hoje em dia, muita da gestão política, consiste em gerir expectativas. As expectativas criadas em torno deste Plano foram muitas, e temo que agora, numa análise fria e objectiva, tenha que dizer que ficou claramente aquém do que se podia ter conseguido. Muito pouco ambicioso, sobretudo para as primeiras Grandes Opções do Plano deste novo Executivo, afinal, a força da mudança parece estar a perder-se. É preciso mudar o discurso do Orçamento possível e da obrigação de pagar contas do passado. Todos os Executivos Municipais honram e cumprem os compromissos assumidos pelos anteriores, a gestão autárquica não deve ser estanque, mas deve sim ter uma linha de continuidade, portanto nesta perspectiva deixa de fazer sentido a lamúria, o desânimo. Deixemo-nos de justificações e vamos à luta. Cada vez mais as Autarquias surgem como motor de desenvolvimento regional. Não devemos desperdiçar o seu papel interventivo, devemos sim valorizá-lo. Bem como valorizar o papel dos jovens, e mais uma vez as políticas de juventude passaram ao lado da discussão Começa a ser tempo também de reflectirmos profundamente na mudança de mentalidade, de apostar numa juventude de futuro.

O Homem eleva-se nas dificuldades, tenho a certeza que continua a existir vontade para ganhar os desafios que Águeda enfrenta, mas não podemos continuar a perder oportunidades.

Águeda 7 de Maio de 2006

Carlos Franco

segunda-feira, abril 10, 2006

Consciência Política nos Jovens de Hoje


A educação sempre esteve presente na formação de cada ser humano; questionada sobre a sua importância, sobre quem tinha acesso a ela, é certo, mas sempre presente nos temas debatidos.

Nesse aspecto, somos herdeiros dos gregos e depositários estéticos do seu legado cultural e educacional, senão vejamos...

Na sua actividade racional e nos seus ideais se encontram algumas das nossas raízes culturais mais profundas. A nossa cultura europeia ocidental é o produto do cruzamento de algumas linhas de força essenciais: a inteligência grega, o direito romano e a religião cristã.

É também com os gregos que o problema educativo se coloca, ou seja, é com os gregos que a educação se põe como um problema decisivo para o destino do Homem. O entendimento era o homem só é homem pela educação e só vale pela educação!

Através dos tempos, constatamos uma preocupação social e governamental pela educação, tendo, inclusive, sido uma paixão de um certo Governo. Assistimos, desta maneira, a sucessivas reformas.

Todavia, com o Mundo em transformação constante e a um ritmo deveras alucinante, a política, ou melhor, a consciência política dos jovens, tema fundamental para uma cidadania responsável, parece passar um pouco encoberta.

Consciencializar os jovens de que a intervenção na polis ( origem da palavra política – os gregos, novamente… ) é condição fundamental para uma democracia efectiva. Aliás, a participação de todos é a intervenção dos cidadãos na solução dos problemas colectivos nas vilas, cidades, municípios, regiões, país e nos colectivos sociais como empresas, partidos, sindicatos e associações.

A participação social e política exige formação, animação, dinamização das populações para acções colectivas e movimentos sociais numa perspectiva de transformação das pessoas e da sociedade.

O mundo actual vive uma apatia dos cidadãos, sobretudo das camadas jovens, em relação à política e à vida pública, e, é urgente debruçarmo-nos sobre esta questão, identificar quais as causas e adoptar medidas para combater esta passividade. A sobrevivência da Democracia exige participação dos cidadãos, e esta não ocorrerá se continuarmos a caminhar para um voltar costas entre os jovens, os homens do amanhã e a política.

São necessários debates sobre esta tema, é preciso desmistificar a ideia de que os jovens não têm ideais nem grandes causas; trata-se, na minha modesta opinião, de proceder a uma arrumação simplificada entre boas e más gerações.

Os jovens actuais têm causas, têm valores, provavelmente, diferentes das outras gerações ditas com ‘valores’, como as de 60, ou 70; a mensagem política dos Partidos não tem chegado aos jovens, porque as directrizes partidárias talvez sejam as mesmas de outros tempos, e, a notória falta de vontade e consciência política é preocupante, é assustadora se pensarmos no futuro da sociedade enquanto tal.

Tem de haver uma envolvência dos jovens na política, pois a política actual é associável aos conceitos de cidadania e democracia. Assim, a relação entre os jovens e a política merece uma melhor atenção da sociedade; mas, é bom não esquecer, este não é um problema exclusivo dos jovens, é um problema generalizado, e que pode ter nos jovens uma alavanca para a solução, se a sociedade intervir através da educação e de não limitar o espaço dos jovens na intervenção política e em especial na esfera partidária.

Cabe às forças partidárias conseguirem passar a mensagem, cativar os jovens, indo de encontro à nova realidade da vida, percebendo que os valores e os ideais mudaram. E, sem medos, dar lugar aos jovens na esfera político – partidária; assim, talvez consigam perceber o que mudou entretanto.

Nós, os jovens actuais, crescemos nos últimos anos num mundo de realidade imediata, programática, com muito pouco espaço para os idealistas. Quer queiram, quer não, foi este o mundo que herdámos das tais gerações de valores…

Não fomos nós que fizemos o mundo assim.

Mas, sem dúvida, podemos e devemos transformá-lo.

Paula Vaz Franco – 21.06.04 - Águeda

terça-feira, abril 04, 2006

O Processo de Bolonha


O Processo de Bolonha nasce em 19 de Junho de 1999. Assinado por 29 países avança de forma deliberada com o conceito de Europa do Conhecimento, de facto um aspecto da sociedade civil europeia da actualidade, transnacional e transfronteiriça.

Faz apela à urgência de enfrentar as exigências da competitividade internacional do sistema do ensino, espera pela cooperação voluntária das Universidades de toda a Europa no sentido de organizar uma rede forte e coerente, que responda às novas exigências do conhecimento científico numa sociedade que se pretende estável e democrática.

Tenta, de alguma forma, estabelecer um conjunto de objectivos e de iniciativas destinado à construção de um espaço Europeu de ensino superior, atractivo e competitivo no plano internacional e a assegurar a mobilidade e a empregabilidade na Europa, fazendo face ao sistema norte-americano.

Além de insistir nos dois ciclos, o primeiro com o mínimo de três anos, tendo sobretudo em vista o mercado de trabalho, valoriza o sistema de créditos como dinamizador da mobilidade, que se pretende cada vez maior, dos estudantes ao longo do processo de aprendizagem.

Os governos nacionais, da totalidade dos países Europeus têm vindo a produzir legislação destinada a reorganizar a formação superior universitária e politécnica em conformidade com os princípios orientadores do Processo de Bolonha.

Portugal já estabeleceu os princípios reguladores de instrumentos para a criação do espaço europeu de ensino superior (DL – 42/2005), já definiu as normas técnicas para a apresentação das estruturas curriculares e dos planos de estudos dos cursos superiores (Despacho 10543/2005 – Direcção Geral do Ensino Superior) e aprovou, recentemente, a Lei de Bases do Sistema Educativo que cria o enquadramento legal necessário à concretização dos objectivos do Processo de Bolonha (Lei -49/2005).

Até aqui nenhuma crítica a assinalar. O problema reside no facto de a informação não circular de forma conveniente entre o Ministério da Ciência e Ensino Superior e as diversas instituições de ensino. Porque, ao contrário do que muitos falam (ou gritam), Bolonha não é uma vergonha! Bolonha é uma mão cheia de oportunidades que o país deve aproveitar. Estou em crer que a classe estudantil não se sente indignada com o Processo de Bolonha em si! A afronta vai para a forma como este está a ser implementado! Quando tanto se fala em Choque Tecnológico e desafios de modernidade para o nosso país, é hora de o actual executivo tentar dar a devida importância a um desafio como é Bolonha, podendo, na eventualidade, usar os serviços mais descentralizados da Administração Pública para poder de forma condigna informar quem de direito!

Rui Neves, 30 Março 2006

quinta-feira, março 30, 2006

CONSCIENTES ?

Com o início deste ano de 2006, é tempo de fazermos alguns balanços sobre os desafios que Portugal enfrentou em 2005. A sinistralidade rodoviária foi um desafio colocado a todos os portugueses, será que o vencemos?

O novo código da estrada que entrou em vigor a 26 de Março de 2005, veio mostrar que, numa análise mais genérica, contabilizaram-se menos condutores a viajar em excesso de velocidade, a circular sem cinto de segurança, sem seguro automóvel e a falar ao telemóvel.

Por outro lado, verificou-se um aumento da condução com excesso de álcool apesar do agravamento da sua penalização. Numa análise mais específica, mas que importa seguramente referir, foram detectados 22.746 condutores com taxa de álcool ilegal entre abril de 2005 e janeiro de 2006 ( mais 12% do que o período homólogo anterior ), sendo também 122.679 condutores detectados em excesso de velocidade entre abril de 2005 e janeiro de 2006 (menos 8% do que o período homólogo anterior ), mas curiosamente, 26.103 condutores a falar ao telemóvel entre abril de 2005 e janeiro de 2006 ( menos 38% que no período homólogo anterior ). São dados nacionais que nos deixam a pensar. Mas se analisarmos o nosso Distrito, Aveiro apresentou na EN 222, 6 acidentes, na EN 223, 11 acidentes, 1 morto e 2 feridos graves, relativamente àquilo que se considera um ponto negro, isto é, um lanço de estrada com 200 metros de extensão, onde se registaram pelo menos cinco acidentes com vítimas num ano. Portanto, o balanço ainda que seja sempre trágico, é positivo.

O actual Governo prepara um novo plano de prevenção rodoviária até 2015, pedindo um esforço maior entre as forças de segurança e as câmaras municipais, auditorias de segurança rodoviária em vias que sejam criadas no âmbito municipal, mas como e feitas por quem? Continuam a faltar projectos de educação nas escolas, a burocracia continua imensa e continuamos sem apostar verdadeiramente na formação.

A nossa autarquia deve ela própria chamar a atenção para este problema, estar atenta aos cada vez maiores problemas de trânsito nos acessos e dentro da cidade, aos sinais mal colocados, induzindo muitas das vezes os automobilistas em erros, entre tantos outros problemas ainda que pequenos, fazem no seu todo, um problema maior.

Ainda muito recentemente ocorreu um acidente rodoviário brutal no nosso Concelho, portanto é um desafio sempre presente para Águeda. Acredito na consciência de cada um como prevenção da sinistralidade rodoviária. Seremos conscientes?

Carlos Franco, Águeda, 27 de Março de 2006

terça-feira, março 14, 2006

Ainda os cartoons - A never ending story

O jornal iraniano Hamshahri lançou um concurso com o tema “Onde está o limite da liberdade de expressão no Ocidente?”.
O jornal apresenta a iniciativa como uma resposta à publicação das caricaturas do profeta Maomé na imprensa europeia, dizendo que “A liberdade de expressão é um pretexto para os ocidentais poderem insultar as convicções muçulmanas”.

O editor do Hamshahri, Farid Mortazawi, diz que os judeus podem estar descansados porque concurso não pretende insultar a comunidade judia nem pôr em causa o Holocausto. “O nosso objectivo é avaliar os limites da liberdade de expressão”.

O site “Iran Cartoon” é quem está a publicar os cartoons que forem chegando e o primeiro veio de um australiano, Michael Leunig, que diz ter feito a caricatura “por solidariedade com o mundo muçulmano e para exercer o seu direito à liberdade de expressão”.

Sem dúvida, o tema dos cartoons é algo que se está a tornar um pouco atrofiante – na verdade, corre o risco de se tornar uma autêntica novela sem fim onde por entre ataques e mais ataques se vai, alegadamente, discutindo os limites da liberdade de expressão.

A liberdade de expressão nunca esteve em causa, a ofensa à dignidade de qualquer religião nunca esteve também em causa ou sequer ameaçada – tudo o resto são meras desculpas para incendiar ainda mais dois lados que se degladiam há demasiado tempo.

Duas ideologias que provavelmente mantêm acesa a chama do conflito pois a palavra paz e o sentido que dela advém, não consta nem do dicionário nem do próprio pensamento destes povos.

Se calhar seria melhor Israel e a Palestina deixarem de dar desculpas de que o que se está a passar é um extremar de posições entre ocidente e oriente e realmente aceitarem o facto de que os dois povos não conseguem co-existir pacificamente.

Paula Vaz Franco
13 Março 2006

segunda-feira, março 06, 2006

Rumo à Montanha

Águeda é um Concelho rico, não só pela qualidade das suas gentes mas também pela extensa e vital mancha florestal que possui.

A importância desta área verde não emana apenas da sua componente ecológica, mas também económica, lúdica e social. Relevante a floresta enquanto fonte de rendimento tem sido determinante no minorar das tendências migratórias das populações, evitando assim a desertificação da zona montanhosa do Concelho. Mais do que factor de rentabilidade económica, é consensual para nós Aguedenses, e em particular para os seus jovens, que as mais valias patrimoniais e naturais podem e devem ser catalisadores de iniciativas arrojadas e atractivas.

Devemos pensar na requalificação da nossa floresta e perceber que vivemos num tempo de economia globalizada onde deveremos estar atentos à competitividade no sector florestal. O planeamento florestal não só deve integrar a parte de exploração como conferir a esta um carácter de sustentabilidade. Temos assistido nos últimos 20 anos ao proliferar da plantação do eucalipto, sabendo que este enferma o solo de deficiências no seu equilíbrio, aumentando também o factor de erosão. É necessário encontrar espécies alternativas, diversificar mercados, intervir junto dos proprietários, adequar os métodos de plantação.

Num momento onde o Eco-Turismo e o Turismo Rural assumem um papel muito importante na indústria turística nacional, Águeda tem condições de excelência para poder estar na vanguarda dessa nova forma de viver os tempos de lazer. Perceber que os nossos lugares de serra necessitam de um constante e atento olhar sobre as suas vias de comunicação internas e externas é perceber que damos um passo no sentido de diminuir o risco de desertificação, aumentando a apetência pela recuperação do tecido habitacional degradado, recheado de tradições e história. É perceber que estas vias além de fornecerem um apoio vital à exploração dos recursos florestais podem e devem ser um aliciante ao investimento de novas indústrias de transformação de madeira retendo no concelho o valor acrescentado dessa mesma indústria.

Não são apenas estas vias as essenciais – a degradação dos caminhos florestais tem que ser evitada, não apenas porque muitas vezes levam ao desaparecimento de rotas e ligações tradicionais entre povoações, que edificam as memórias colectivas de uma população, mas também porque na sua outra vertente são meio essenciais de combate ao fogo. É também uma importante dimensão destes caminhos todo o seu planeamento a nível de traçado, já que com base neste, a criação de um Roteiro Aventura poderá dotar toda a zona de serra de mais valias e pontos de interesse notáveis, introduzindo variáveis como a paisagem, espaços de floresta autóctone, percursos de desporto aventura, percursos de índole histórica, etc.

Sensibilizar todos e em especial os jovens para a preservação da nossa floresta é uma obrigação de quem possui tão vasta área florestal, aproveitando-a para interligar toda a comunidade escolar do concelho, activando os seus recursos também como forma de educar e consciencializar.

Os fogos florestais são o principal inimigo das áreas florestais sendo a vigilância e limpeza os principais factores de prevenção, mas é necessário instituir uma dinâmica entre públicos e privados que potencie a defesa deste património universal.

Rentabilizar os nossos recursos de forma a permitir uma consciencialização ambiental é uma forma de estar cada vez mais necessária e uma urgência na preservação do futuro, e… Águeda merece.

Marco Abrantes

Águeda 05 Março de 06

Foto Rio Águeda - Freguesia do Préstimo

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

ÁGUEDA NA VANGUARDA

A transformação de Águeda num Concelho na vanguarda da tecnologia, será sem dúvida alguma um dos desafios mais importantes que enfrentaremos. Se não queremos parar no tempo, se queremos evoluir tecnologicamente, temos como se costuma dizer, investir em tecnologia.

A proximidade à Universidade de Aveiro, a existência da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, a adesão a diversos protocolos que se verificaram nos últimos anos, são esforços importantes mas não suficientes. É preciso ir muito mais além. E mais uma vez, de forma integrada, envolvendo todos. Desde as Escolas às Associações, da Autarquia a todos os Munícipes.

Torna-se por isso fundamental a promoção, por parte da Câmara Municipal, de um Espaço Internet. Mas que este espaço não passe apenas por uma sala fechada com uma dúzia de computadores possuindo poucos programas e acesso gratuito à Internet. Que este seja aberto a todos, dinâmico e inovador. Aberto para que todos o possam utilizar no horário o mais alargado e flexível possível, inovador possuindo bons equipamentos mesmo ao nível da multimedia, e dinâmico ao possibilitar acções de formação, jogos em rede, entre outras actividades que sejam possíveis de realizar, potenciando ao máximo este espaço.

Defendo também uma reformulação completa do site da Câmara Municipal e a implementação de um Portal. O primeiro com mais informação, melhor interactividade, e que permita ao Munícipe aceder a diversos serviços, reduzindo tempos de atendimento e desburocratizando-os o mais possível, contribuindo desta forma para aumentar a qualidade. O segundo como ligação a todas as colectividades do Concelho, aproximando-as, ajudando também a promover Águeda no Mundo.

E no mundo globalizado em que vivemos, cada vez mais a Internet surge como uma ferramenta essencial de ligação, de conexão. O seu fácil e livre acesso ganhou por isso uma importância vital.

A criação de hotspots wi-fi em zonas de lazer, de comércio e restauração, permitindo a que qualquer pessoa possa aceder à Internet, é abrir possíveis caminhos, e valorizar esta ferramenta.

Por outro lado, porque não desenvolver em pontos estratégicos do Concelho, quiosques multimédia, onde seja possível aceder a informação importante em rede ? Desde informações úteis como oferta hoteleira, localização de museus, mapas, entre tantas outras.

Tecnologia significa então qualidade de vida, acesso a informação, facilidade de comunicação, se todos tomarmos consciência disto, certamente vencermos o desafio de colocar Águeda na vanguarda da tecnologia.

Carlos Franco

Águeda, 21 de Fevereiro de 2006

domingo, fevereiro 19, 2006

POLÍTICA ( S ) DE JUVENTUDE ?


O tempo não pára. Por isso mesmo começo a ficar algo preocupado. Quero acreditar que não devo recear, mas confesso que é com alguma preocupação que vou observando que as oportunidades que deveriam surgir aos jovens aguedenses hoje...começam a ser adiadas para amanhã.

Sempre lutei para que as questões da juventude não passassem ao lado da discussão sobre o futuro que queremos para o nosso Concelho.

Não acredito em medidas isoladas nem milagrosas, mas acredito sim em políticas integradas de juventude.

Não existe uma só política de juventude. Devemos falar sim em políticas de juventude. É exactamente aqui que temos de mudar. Perceber que devem ser várias, transversais, abrangentes, inovadoras. Mas para isso precisamos muito antes, de ouvir os jovens, perceber qual a sua visão sobre o seu próprio futuro.

Começar por ouvir as associações, aproveitando a sua força, não esquecendo nunca que são os jovens que dinamizam muitas delas.

Apoiar e estimular as Juntas de Freguesias a promoverem actividades orientadas para a juventude, através de parcerias, protocolos, eventos promovidos pelas própria Autarquia, deve ser uma prioridade. E aqui a Autarquia tem ainda a responsabilidade de dinamizar as infraestruturas que tem como o Fórum Municipal de Juventude, o Estádio Municipal, as Piscinas, o Centro de Canoagem, entre outras.

Que se tragam a Águeda jovens de sucesso, do desporto à cultura, da educação ao ambiente, para partilharem connosco as suas ideias, que se promovam campanhas de sensibilização, que se perceba que a principal preocupação de qualquer jovem é conseguir o primeiro emprego, a segunda entrar no ensino superior e a terceira concluir estudos.

Que se estimule como disse recentemente, o voluntariado. Que se aposte na intervenção política como intervenção cívica.

Por outro lado, a muita distância da realização das tradicionais actividades de verão, começa também a ser tempo de perceber que estas actividades fazem mais sentido realizadas durante todo o ano de forma descentralizada, envolvendo todas as freguesias, do centro à periferia do Concelho.

Reconheço que muito há a fazer, que o desafio é grande, mas a motivação deve ser ainda maior. Não percamos mais tempo.

Carlos Franco

07 de Fevereiro de 2006

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

LEMBRAM-SE DAS ÁREAS METROPOLITANAS?

Em 2003 escrevi um artigo intitulado “Àreas Metropolitanas como oportunidade de descentralização”. Muito tempo passou. Muito pouco se fez. Mergulhámos desde então num período de eleições em catadupa, adiando esta oportunidade de descentralização.

Há muito que temos a noção que precisamos de viver num Portugal descentralizado.

Criou-se então, e a meu ver bem, reafirmo, uma nova organização dos municípios por áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais.

O País encontra-se numa situação económico – financeira em que cada vez mais é necessário que exista uma melhor articulação dos investimentos municipais de interesse supramunicipal, e uma melhor coordenação na actuação entre os municípios e a respectiva administração central. Torna-se por isso fundamental que encontremos uma solução para este afastamento entre a administração central e os municípios, nunca optando por algo que venha a substituir uns ou outros.

Se queremos um Portugal moderno e competitivo, temos seguramente, que implementar uma dinâmica de desenvolvimento, assente em novos caminhos.

Explorar melhor os seus recursos numa perspectiva de procurar sempre defender um maior poder reivindicativo, uma mais adequada reorganização territorial e melhor distribuição dos recursos financeiros provenientes do Estado, deve ser um dos novos caminhos.

Todos nós devemos ambicionar viver numa região desenvolvida, forte, mas em que este desenvolvimento seja feito de forma sustentada e articulada. Uma região com um projecto comum que se paute por proporcionar uma boa qualidade de vida a todos os que nela habitam sendo certo que assim estaremos a contribuir globalmente para um País melhor.

Tendo sido o PIDDAC para este ano uma desilusão, e como todos já começámos a perceber, após a euforia de vãs promessas eleitorais, continuaremos com os mesmos problemas de acessibilidades, mais premente se torna relançar esta questão, não podendo Águeda esperar pelos outros, tem ela própria de preparar o seu futuro.

A história não costuma dar uma segunda oportunidade. Neste processo está a dar-nos. Aproveitemo-la. Sem medo e sem receios.

Carlos Franco


quarta-feira, janeiro 18, 2006

Porquê Cavaco?



Porquê Cavaco?

Cavaco Silva esperou serenamente por este dia, não outro qualquer. Em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, acompanhado pela companheira de sempre, Maria, quebrou mais um tabu, anunciou a sua candidatura a Belém, e foi jantar.

Cavaco é isto. Simplicidade e uma inteligência política que tentará eternamente disfarçar.

Observei tudo isto pelo televisor, sentindo a perda de não estar presente numa noite em que se fez história a cada instante.

Mas estive no Porto. O Professor apresentou o seu Programa na Alfândega do Porto numa noite chuvosa.

Estava a olhar para o Professor Cavaco Silva e ouvia alguém junto de mim a dizer que se emocionava a ouvi-lo, a vê-lo, a sentir o efeito da sua presença.

Essa pessoa é especial para mim. E devemos escutar sempre o que as pessoas especiais nos dizem. E Cavaco Silva é também uma pessoa especial, que tem esta característica invulgar de não nos deixar indiferentes.

Mas mais do que apoiar um candidato, apoio o que o ele representa.

E Cavaco representa uma era de desenvolvimento para Portugal, de vencer a dificuldade, de lutar pela modernidade. Apoio - o quanto mais não seja pela esperança que tempos como aqueles voltem.

E não sou daqueles que acredita em esperanças pequenas. Portugal precisa desta grande esperança. Não é nenhum mágico nem tem poderes particularmente especiais, mas a dada altura da nossa história fez magia. A magia de fazer os Portugueses acreditarem em si próprios. Acredito que vamos conseguir restabelecer a confiança, aumentar o crescimento, combater o desemprego.

No passado demorei algum tempo a aceitar as atitudes tomadas por ele, mas compreendo-as agora por Portugal. Não estávamos bem. Não havia que esconder. Digo agora o que disse nesses tempos conturbados, que estóicos que fomos, nós, social – democratas.

Nestas eleições, como na vida, podemos não saber bem o que queremos, mas temos de ter a certeza do que não queremos.

E não quero Soares, nem Alegre, Louça ou Garcia, muito menos Jerónimo...pois anunciou a sua desistência no dia em que começou.

Quero um Presidente da República que não desista, que dê uma nova dimensão a Portugal, um contributo marcante para o desenvolvimento. Na vida temos de acreditar.

E porquê então Cavaco? Porque acredito nele.

Carlos Franco

Foto: Jantar Comicio|Parque de Exposições de Aveiro|17.01.06