terça-feira, maio 16, 2006

OPORTUNIDADE PERDIDA


Há algum tempo dizia que Águeda não podia esperar. Mas sempre disse também que era preciso dar tempo ao novo Executivo para começar de facto a operar a mudança que preconizava, mas nunca deixei de estar atento. Devo dizer que após esperar meio ano pelo Plano e Orçamento para 2006, ou seja, a estratégia que Águeda irá seguir seria certamente bem elaborada e ambiciosa. Não escondo agora o desalento.

Importa referir que muita dessa espera era de facto justificada pela necessidade de se aguardar os resultados da Auditoria Interna que iria fornecer dados importantes para a reorganização dos serviços, o que torna ainda mais estranho que se apresente uma proposta rápida e sem o debate que se lhe exigia, de integração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento na Câmara Municipal. Se esta integração resultar numa maior eficiência de serviços, na redução de custos, e optimização de recursos, parece-me uma opção muito positiva e importante para todos. Mas, não podemos esquecer que qualquer política deve antes de mais, ser explicada, e nesse aspecto não foi devidamente. Perdemos essa oportunidade. Não conseguimos perceber claramente onde surgem as mais valias, mas esperemos e estou certo que elas existam.

Por outro lado, hoje em dia, muita da gestão política, consiste em gerir expectativas. As expectativas criadas em torno deste Plano foram muitas, e temo que agora, numa análise fria e objectiva, tenha que dizer que ficou claramente aquém do que se podia ter conseguido. Muito pouco ambicioso, sobretudo para as primeiras Grandes Opções do Plano deste novo Executivo, afinal, a força da mudança parece estar a perder-se. É preciso mudar o discurso do Orçamento possível e da obrigação de pagar contas do passado. Todos os Executivos Municipais honram e cumprem os compromissos assumidos pelos anteriores, a gestão autárquica não deve ser estanque, mas deve sim ter uma linha de continuidade, portanto nesta perspectiva deixa de fazer sentido a lamúria, o desânimo. Deixemo-nos de justificações e vamos à luta. Cada vez mais as Autarquias surgem como motor de desenvolvimento regional. Não devemos desperdiçar o seu papel interventivo, devemos sim valorizá-lo. Bem como valorizar o papel dos jovens, e mais uma vez as políticas de juventude passaram ao lado da discussão Começa a ser tempo também de reflectirmos profundamente na mudança de mentalidade, de apostar numa juventude de futuro.

O Homem eleva-se nas dificuldades, tenho a certeza que continua a existir vontade para ganhar os desafios que Águeda enfrenta, mas não podemos continuar a perder oportunidades.

Águeda 7 de Maio de 2006

Carlos Franco