segunda-feira, abril 02, 2007

E depois do carro hibrido?


Águeda vive em alvoroço em torno da Rua Luís de Camões, bem no centro da cidade. É intenção da autarquia, reabrir a rua à circulação automóvel. Uma rua peonizada há poucos anos e que caracteriza a zona mais antiga da baixa aguedense. Nos propósitos eleitorais da maioria municipal encontram-se referências à revitalização das zonas antigas da cidade com objectivas formas de colocar Águeda como uma peça apetecível e sumarenta no cesto da escolha turística. Senão vejamos e passo a citar: “…a realização de um concurso para a elaboração de postais ilustrados (…), um concurso de varandas floridas e outras iniciativas que incentivem a melhoria do ambiente serão promovidas”; iniciativas que constam do manifesto eleitoral da actual maioria.
Algumas variáveis são colocadas em cima da mesa na discussão da reabertura, nomeadamente o facto de fomentar a dinâmica comercial na dita artéria! Parece-me um argumento incoerente - talvez o custo da sua reabertura, encaminhado com a hábil forma de idealizar o marketing actual pudesse, isso sim, seduzir mais consumidores para o nosso comércio tradicional.

- ESPAÇOS URBANOS: Outro dos relevantes pontos de interesse na requalificação dos espaços urbanos da cidade é, com certeza, as zonas verdes, não apenas necessárias à gestação do equilíbrio estético fundamental, mas essencialmente com funções higiénicas, sociais e formativas num contexto moderno de uma cidade que se quer de futuro. A Alta Vila permanece quieta e timidamente suspirante no idealizar de novos futuros para Águeda, porque, ao que parece, foi apenas prioridade momentânea.

A importância do ambiente, da sua preservação e sobretudo do fomento ao seu entendimento são hoje obrigatórios para qualquer cidadão, ainda mais para quem assume o desafio de dirigir os destinos de um Concelho. Tão importante é que temos comummente assistido à tendência europeia e mundial na retirada do trânsito dos centros das cidades, na requalificação desses espaços para utilização saudável e lúdica e sobretudo na dicotomia dos custos que hoje em dia estão inerentes à preservação do bem estar de uma população.

- POLUIÇÃO: Sendo temas de actualidade, Quioto e as emissões de CO2, tanto que até valem a intenção por parte do nosso governo de reduzir a velocidade máxima nas auto-estradas portuguesas para 118 kms/h; é um indício claro de que todos os sinais, por mais pequenos que sejam, contam, desde a procura de veículos menos poluentes à retirada de trânsito dos centros das cidades e à promoção de alternativas menos poluentes e mais eficazes do ponto de vista eco-social.

- EQUÍVOCOS: Tentar perceber estes sinais equívocos, demonstrados pelos responsáveis municipais, permite aferir aqui alguns contra ciclos urbanos e ecológicos. Ora somos preocupados com o ambiente e colocamos a circular na estrada um automóvel híbrido, ora de repente não somos e desvirtuamos o que é corrente mundial de colocar os centros e patrimónios históricos das cidades ao serviço das pessoas e não dos automóveis.Agora, o carro híbrido já circula! E o resto?

MARCO ABRANTES

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