sexta-feira, abril 13, 2007

A cidade das maravilhas ou uma maravilha de cidade?


“Alice no País das Maravilhas” é um dos mais famosos contos infantis de sempre. Narra o sono de uma menina, que quebra no seu sonho, como todas as crianças, as normas que regem a realidade. Quem não se lembra do Coelho Branco, sempre apressado e da Rainha de Copas sempre autoritária? Enfim, muitas e grandes figuras que populam no nosso imaginário.
Contar uma história porém, não está ao alcance de todos. Mudar as vírgulas e os pontos, mudar as personagens e os cenários, e no fim esperar que a moral da história seja dotada de um ensinamento profundo, inteligente e sobretudo útil para que toda esta mudança não seja vã, só pertence ao imaginário das crianças. Deste conto devemos retirar alguns ensinamentos. Aproveitando as duas personagens supra citadas, encontramos o Coelho Branco e a Rainha de Copas como seres de personalidade marcante. Um apressado, sempre atrasado para tudo e ocupado com o seu próprio atraso; outra autoritária e ditatorial, mais mandante que o seu rei, sempre pronta com os seus soldados para fazerem de sua justiça. Ora, depressa e bem há pouco quem e a justiça a todos guarda, mas ninguém a quer em casa. Esta história de Maravilhas assaltou-me a memória ao aperceber-me que a Autarquia já iniciou a eleição das Sete Maravilhas de Águeda, pretendendo “…completar e enriquecer o nosso património com o que faz parte da nossa história, valorizando as raízes da nossa terra e das nossas gentes. Pretendemos, com esta iniciativa, motivar a participação e a reflexão dos munícipes de forma a valorizar o património natural e arquitectónico do nosso município.”, conforme se encontra descrito no site da Câmara Municipal. Apressados na conquista de novas Maravilhas, é pertinente lembrar aquelas que fazem parte do nosso património quotidiano: - As associações e apoios que necessitam; - As nossas estradas e da manutenção que precisam; - A segurança e o apoio que as populações merecem; - O nosso rio e a zona ribeirinha pela nossa identidade; - As nossas escolas e os seus alunos pelo nosso futuro; - A nossa indústria e sua capacidade empresarial pela nossa afirmação; E, sobretudo e por tudo, os cidadãos.
Marco Abrantes

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