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Segundo o Engº Luís Mira Amaral a macroeconomia portuguesa teve uma ‘performance notável’ após a adesão à UEM.
Não posso estar mais de acordo.
Foi, sem dúvida alguma ( mesmo para aqueles que não admitem, não sabemos porque...) uma época de ouro para Portugal em termos de oportunidades de desenvolvimento. Todavia, o consumo português foi superior à sua produção, o crescimento dos salários mais elevado que o aumento da produtividade e o nível de vida suportado pelo endividamento externo.
Numa palavra, Portugal não soube aproveitar e mergulhou profundamente no aumento da despesa pública.
Actualmente parece que todo o combate desesperado deste País à beira mar plantado prende-se com o ‘como parar a despesa pública, sem deixar de ter investimento público’. Afinal, apesar de adepta da economia liberal, não pode o País ser completamente entregue à iniciativa privada, descurando a sua própria iniciativa.
Competitividade, produtividade, inovação e aumento de investigação nas empresas são conceitos que têm de interagir com a economia nacional. E também no sector público.
Pois bem, falar de competitividade no sector privado é algo previsível e consequente da natureza do sector.
Todavia, para que Portugal possa alinhar com a Europa desenvolvida, o Governo tem de atender também, nos seus serviços, a alguns aspectos: competitividade, produtividade, rigor e exigência na educação, tecnologia, conhecimento e a introdução de uma cultura de eficiência.
Todos estes aspectos são peças vitais na máquina de serviço público. Sob pena de o fosso ‘nós e os europeus’ criar um abismo intrasponível.
Assim, Portugal sempre terá de trilhar caminho para o desenvolvimento privado mas também no sector público. E o Governo deve saber equilibrar as suas preocupações nos dois domínios.
Vende-se património, atribui-se serviços do Estado à iniciativa privada, reforma-se a Administração Pública. Devíamos considerar que o Governo estaria no bom caminho.
Todavia, o Governo limita-se a transferir serviços, sem prévia e fundada análise do carácter vital do serviço em causa; limita-se a refazer, no papel, orientação para a função pública querendo reformulá-la a todo o custo, sem ter em conta o intuito da Administração Pública.
Impõe-se uma adequação de ideias e vontades aos objectivos pretendidos.
Impõe-se uma política de base construtiva que procure, acima de ideais económico-políticos, projectar Portugal na vanguarda.
Precisamos de um Primeiro-Ministro presente, que não oscile entre dar regalias e subtrair direitos, liberdades e garantias. Que sistematicamente não ataque uma certa e determinada classe de portugueses pois a outra não consegue afrontar.
Urge um novo modo de ser e pensar Governo.
Uma política equilibrante das forças sociais e económicas, sem idealismos demagógicos ou diálogos desgastados por uma ‘low performance’ de verdadeiro sentido de Estado e seu significado.
Paula Vaz Franco
Membro Assembleia Municipal Águeda
Grupo Municipal do Partido Social Democrata Águeda
3 comentários:
Qualquer reforma está,desde logo condenada ao insucesso se tiver por base apenas uma ideia de contenção da despesa. E é errado pensar que a politica dos três E(s) - Economia, Eficiência e Eficácia - na lógica de um processo de reforma, tem frutos a curto prazo.
A falta de coragem politica para aplicar medidas muito pouco populares tem um preço. E é esse preço estamos todos agora, de uma forma ou de outra, a pagar. E a leitura que faço é que a factura tem sido mais cara aos funcionários públicos, culpados nestes últimos tempos de todos os males da nação lusa!!!
não posso estar mais de acordo...o fosso entre as duas classes é cada vez maior uma vez que a classe média tende a desaparecer com tanto sacrifico que o Governo pede. Era urgente inverter o rumo dos acontecimentos, se o Governo assim não entende, então a oposição tem um papel crucial no combate a esta maneira de governar. Todavia, a oposição tem realmente de ser oposição.
Segundo um relatório europeu divulgado recentemente, Portugal passou de bom para mau aluno. De acordo com o mesmo, apesar das vantagens imediatas da entrada na Zona Euro, desde 1999 que o n/ País tem vindo a afastar-se do nível de vida dos seus congéneres europeus(desde logo devido à ausência de reformas quando a economia estava em ciclo de crescimento - como advoga a teoria económica). Se o diagnóstico é consensual, bem como a necessidade urgente de reformas estruturais a diversos níveis, já a "forma" pode ser questionável. A este governo (de maioria absoluta) cabe governar, mas é essencial que tenha a humildade política de ouvir os contributos da oposição e da sociedade civil neste importante processo de transformação nacional.
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