segunda-feira, dezembro 19, 2005

Teoria da Relatividade relativamente à relativa Política

Desta vez vou tentar dizer algo relativo há relatividade.
Relativamente à relatividade consultei um dicionário e obtive o seguinte:
s. f.,
qualidade ou estado do que é relativo;
contingência;
condicionalidade;
Fís.,
teoria da -: cada uma das duas teorias desenvolvidas por Albert Einstein (1879-1955), a teoria da relatividade restrita e a teoria da relatividade geral que, baseadas em novas concepções dos conceitos de tempo, espaço e movimento, conduziram ao estabelecimento de um modelo do universo alternativo ao modelo de Newton.

Começando pelo início, a relatividade poderá significar a qualidade ou estado do que é relativo, com uns laivos de contingência e de condicionalidade. Analisando mais cuidadosamente, temos aqui alguns conceitos pouco amáveis, uma vez que ninguém gosta de ser condicionado ou que lhe imponham alguma limitação. Ficamos também a saber que essa madrasta palavra nos pode avaliar no que diz respeito à qualidade ou ao estado. Como arte de dirigir relações, (relações entre poderes e entre indivíduos), o exercício da política é fértil em contingências e condicionalismos.
Segundo o modelo físico, desenvolvido por Albert Einstein a relatividade resulta de uma nova concepção de espaço, tempo e movimento que conduziu a um novo modelo do universo, alternativo ao de Newton!!! Politicamente pensando, é lógico intuir que todos nós temos um diferente conceito de espaço, tempo e movimento, correndo assim o risco de criar universos alternativos.
Sendo certo que por maior que seja o nosso ego, e o nosso PSD é muito sensível quando falamos do ego , a menos que todos achemos que temos uma grande costela de Einstein ou Newton será coerente concluir, que muitos desses universos alternativos que vamos produzindo estão impregnados de falácias e erros de raciocínio que nos impelem para conclusões erradas.
Julgo que é nesta fase que poderemos apelidar a política de relativa. Imaginemos então 20 universos alternativos, com noções diferentes, muitas vezes incompatíveis no que diz respeito ao espaço e ao tempo, até porque o mesmo espaço não pode ser ocupado no mesmo instante temporal por outro objecto, ou poderá? Mas muitas mais vezes coincidentes nos movimentos, ora ascendentes ora descendentes, consoante a avaliação do estado das coisas! Bom, será fácil de perceber, que em alguns desses universos existe algo que poderá baralhar um pouco a cabeça destes grandes físicos, o conceito de omnipresença. A omnipresença é realmente um conceito que fisicamente ainda não está explicado mas que me parece fazer cada vez mais sentido, e a mim parece-me extremamente divertido, todos nós gostaríamos de ir de A para B em milésimos de segundo, mas poder estar nos dois sítios ao mesmo tempo isso sim seria fantástico.
Ora exercer política nestas condições não será propriamente fácil, já que perceber diversos universos e conjugá-los com a omnipresença pode ser uma tarefa digna de Hércules.
Apesar disso existe sempre um ser superior na política, reparem que em qualquer partido existe sempre alguém que reúne todas as capacidades, ou seja é avaliado quanto à sua qualidade e estado de forma positiva, percebe e agiliza todos os universos paralelos, detém na perspectiva da maioria o melhor e mais forte universo alternativo e julga-se omnipresente. Digo julga-se porque na minha teoria existe sempre alguém mais omnipresente, é um verdadeiro ciclo vicioso.
No meu entender é importante existir este balanço de condicionantes e contingências no exercício da política, já que assume um papel de equilíbrio no jogo político. No entanto, parece-me veemente entender que todos os universos individuais criados são suplantados pelo universo do ideal, quero com isto dizer que nos deveríamos deixar sempre condicionar por valores morais e de acção que nos tornem distintos em relação àqueles que permitem que a contingência seja imposta pelas vontades individuais.
Muitos dos que lerem este artigo talvez me aconselhem descanso médico, outros entenderão o que quis dizer… mas a mensagem que vos quero deixar, sobretudo no que diz respeito ao nosso partido, e à nossa secção, prende-se com o facto de daqui a quatro anos cada um dos nossos militantes, dos nossos simpatizantes, dos nossos autarcas se deixe relativizar em função de Águeda.

14 de Dezembro de 2005
Marco Abrantes

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